O Pablo diz que um jardim é feito para o amanhã. O dele é das bromélias, já sabe o nome de todas. Tento imitar as “boas práticas”, como diz a Débora. E nos surpreendemos. Assim que o Pablo se apaixona pelas bromélias e começa a estudá-las e chamá-las pelo nome, Búzios se revela como berçário delas. Pra onde a gente olha tem bromélia. Ele vai mostrando e contando a história de cada espécie. Tem mexicana, americana, gigante, amarela. Aos poucos meus olhos vão aprendendo a distinguir umas das outras. Ele só gosta de nativas. Com as outras tem implicância. Recolhemos de caçambas de jardineiros, de restos de queimadas, e o Pablo lhes devolve a vida, acolhe, dá um lar pra elas. E ai de quem disser que elas são perigosas. Ele fica fulo (gostaram do “fulo”?) da vida. Com tanto ferro velho, com tanto imóvel abandonado, tanta rua sem saneamento básico, a culpa é das bromélias? Pererecas podem morar nelas com todo conforto, e até com filhotes. E o perereco na bromélia ao lado, tenho até fotografia provando isso.
Estou tentando me tornar uma jardineira de unhas feitas. Deve ter macetes tipo luvas. Queria ser aquela de filme americano que tem chapeuzinho, avental com bolsos e instrumentos, tudo fofo como sucede a fofura em filmes estadunidenses (melhor). E tenho que tomar cuidado com minha coluna vertebral, antiga espinha, a minha, que doi mas esqueço.
Pablo é jovem, sobe feito menino no coqueiro, sobe em árvores derrubadas, incendiadas no meio das cinzas, umas em cima das outras, é capaz de visualizar uma bromélia viva, no meio de escombros e recolhê-la.
Saímos, então, de carro, em busca de jardineiros jardinando e terrenos queimados. Voltamos com o porta-malas cheio de semimortas. Restos com raízes. Como nós.
Pelo caminhos meus olhos aprenderam a vê-las por todo canto, canteiros, enfeitando. E lá, onde não havia, surgem hortos, lojas de flores, arranjos, paisagistas, tudo que estava plasmado na nuvem ou imerso no inconsciente coletivo. Os ibiscos e flamboyants, que eram meio que a marca registrada da Região dos Lagos, continuam lindos e floridos, mas agora têm uma forte concorrente com seus encantos: bromélias nativas. Adoraria ser nativa, mais ainda uma bromélia.
De tanto passear em busca delas, rejuvenesço (ó! Tema proibido!). Mas a vida continua no Rio de Janeiro com trabalho, médicos, contas, pendências, um mundo sem bromélias. Chego e já começo instantaneamente a desfazer/refazer malas. A possibilidade de viajar de novo na próxima sexta me acorda do sonambulismo urbano. Quero ver o filme do Almodovar e aprender a falar com as mãos, no curso de LIBRAS. A Cidade Maravilhosa ainda me chama, cada vez mais baixinho.
Pelo caminhos meus olhos aprenderam a vê-las por todo canto, canteiros, enfeitando. E lá, onde não havia, surgem hortos, lojas de flores, arranjos, paisagistas, tudo que estava plasmado na nuvem ou imerso no inconsciente coletivo. Os ibiscos e flamboyants, que eram meio que a marca registrada da Região dos Lagos, continuam lindos e floridos, mas agora têm uma forte concorrente com seus encantos: bromélias nativas. Adoraria ser nativa, mais ainda uma bromélia.
De tanto passear em busca delas, rejuvenesço (ó! Tema proibido!). Mas a vida continua no Rio de Janeiro com trabalho, médicos, contas, pendências, um mundo sem bromélias. Chego e já começo instantaneamente a desfazer/refazer malas. A possibilidade de viajar de novo na próxima sexta me acorda do sonambulismo urbano. Quero ver o filme do Almodovar e aprender a falar com as mãos, no curso de LIBRAS. A Cidade Maravilhosa ainda me chama, cada vez mais baixinho.
Aldeia de pescadores em Geribá. Foi lá.
07/11/2011
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